COLETIVO CANTAREIRA – MOVIMENTO PELAS TRADIÇÕES DA ILHA DE PAQUETÁ

O COLETIVO CANTAREIRA é um movimento cultural comunitário, criado em 2009 a partir da união de moradores e frequentadores habituais da Ilha de Paquetá, imbuídos do desejo de recuperar e manter as tradições e lendas locais.

De âmbito cultural e artístico, esses encontros vêm, de lá prá cá se realizando com o intuito de revitalizar essas tradições, consideradas fundamentais para a consolidação de raízes e identidades próprias. O trabalho tem como forte característica a construção inventiva de diferentes maneiras de ocupar e se apropriar dos espaços públicos da Ilha, promovendo encenações de rua, no sentido de resgatar e preservar as memórias e histórias locais, dando-lhes uma dimensão alegórica, circense, teatral e performática.

O grupo tem como base do processo o acordo coletivo, envolvendo conversas e reuniões onde brotam ideias diversas que desembocam em pesquisas referentes aos temas propostos para as encenações. As sugestões dos participantes, oriundos de diversas profissões e idades, vão sendo incorporadas, em um espaço de diálogo e criação coletiva e colaborativa, Daí surgem a elaboração dos roteiros, a confecção dos figurinos, as propostas de ocupação dos espaços, incluindo também composições musicais dos próprios participantes, fragmentos de peças teatrais e autos de rua que contam lendas, histórias e mitos que caracterizam a cultura popular da Ilha. O processo está sempre aberto à inclusão de todos os que desejam participar.

O grupo não conta com patrocínio ou verba fixa para a realização dos trabalhos. As doações, de caráter espontâneo e irregular podem vir tanto por meio dos próprios participantes, como também de contribuições diversas, como do comércio local ou de diversas instituições.

O clima de colaboração, unidade, solidariedade e igualdade transforma cada um dos eventos realizados num momento ímpar de construção de cidadania e pertencimento.

Recentemente tivemos uma perda lastimável de uma das principais representantes do Coletivo, a querida amiga, professora e artista Valéria Maia. Pensamos que, apesar de todas as dificuldades que atravessam o andamento dos trabalhos, o coletivo se mantém forte e unido; inserindo-se cada vez mais no calendário cultural da Ilha de Paquetá.